terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Estações.

"Penso em nós como um verão.
Uma querida lembrança de um dia feliz.
Seu olhar a brilhar de paixão, como um sol.
E um abraço a aquecer meu coração.


Mas todo verão tem seu outono.
E as folhas e flores de nosso amor se foram ao vento.
O doce aroma de sol se foi.
E devagar a vida na terra murchou.


O mundo se faz frio, chegado o inverno.
A neve impiedosa afugenta toda a vida e calor.
Tal qual os cristais , a beleza triste das lágrimas domina.
O silencio varre as ruas escuras.


E quando já estamos quase e esquecer o sol.
Eis que a primavera chega sorrindo.
Suavemente enxuga a terra e a faz reviver.
Finalmente a preparando para a luz de um novo verão."

domingo, 29 de janeiro de 2012

Vamos conversar.

Me sinto partida, mas sei que não deixo, nunca deixo, e talvez nunca deixe de ser assim... Inteira para o mundo, com uma entrega comedida, e cheia de receios e lágrimas para mim. 
Quero conseguir ser forte como me vêem, e deixar de me envergonhar da fragilidade que tenho às vezes. Só quero chorar, berrar, fazer manha, sorrir, brincar, me sujar com a comida sem me envergonhar por isso... Quero ser menina, sem deixar de ser mulher. Quero a leveza das asas da borboleta e segurança de um abraço. Quero dizer bobeiras, fazer perguntas, não dar respostas... 
Mas aquilo que desejo só será possível, quando vencer em mim a principal barreira. O medo é meu.  Sou eu quem se divide. E por que me divido? Apenas pelo medo de ser feliz. Pois sei que o dia que me livrar das amarras, deixarei cair o martelo e enfim serei livre e completa.


Luau.

"Parada na beira do mar,
Com meus amigos queridos.
O mar azul a se agitar.
Se preparando para o espetáculo que virá.


O sol parte em direção ao horizonte.
Uma mescla de cores se forma no céu.
Admirada fico, sob tanto esplendor.
Me despeço do dia na mais completa paz.


Vejo a lua, em sua forma tão bela.
Ela vem com suas irmãs estrelas.
O marinho a lhes adornar as formas.
E o a mar a refleti-las.


A brisa leve na pele.
Um violão a tocar.
O doce som das ondas ali.
Estamos todos abrigados ao luar.


Caminhado na areia.
O gostoso cheiro de sal.
Uma boa lembrança.
Desse dia sem igual."

sábado, 28 de janeiro de 2012

Tua.

"Abro os olhos e vejo os teus.
Seu riso franco e belo.
Um bom dia suave e carinhoso.
O beijo amável e breve que se segue.


Deito em teu peito a pensar.
Sinto o carinho que me faz nos cabelos.
E com graça desalinho ainda mais os teus.
Em um segundo, mergulho ainda mais em ti.


Perdidos em conversas tolas.
Nós brincamos e beijamos.
Sussurro de leve que te amo.
Te aninho com jeitinho em meus braços.


Me entrego a tua vontade.
Fico aqui um pouco mais.
Nessa pausa no tempo-espaço,
Sou tua e nada mais."

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vida.

"O que é vida?
A vida é um emaranhado de coisas.
Sentimentos, acontecimentos, pessoas e lugares.


Sentimentos, ora confusos, muitas vezes óbvios,
Sentimentos que tentamos ocultar, ou um simples ato de amar.


Acontecimentos tão diversos, que estão sempre a surpreender.
Um aqui e um outro ali, que nos fazem compreender.


Pessoas, que aparecem, tanto boas, quanto más.
Os amigos e inimigos que mudam tudo onde quer que vá.


Lugares tão incríveis, que brincam com nossos sentidos.
Uma praia, ou uma casa que tem cheiro de infância.


Isto é vida, isto é você.
Tudo é simplesmente tão complexo.
Tudo é tão complexamente simples.
Tudo é você, eu, o mundo.
O que é a vida,
Senão um breve momento?
Um momento intenso e lacônico.
Um pequeno fragmento de tudo.
Pois no fim a vida é assim,
Inexplicável."

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Som.

"Sinto na alma a expressão da tua a chegar.
Meus ouvidos captam o teu doce pesar.
É a tua melodia, que faz sentir o riso.
Que me move, que me encanta e me fascina.

Quando tocas essas cordas, tua alma toma forma.
Chega aqui, fundo e me enche de ti.
Minha voz se libera, e minha alma vagueia à solta.
E juntos contamos o que sentem esses corações.

Um acorde, um semi-tom...
O piano ao fundo fazendo um clima.
Esse som que nos une.
Uma melodia de dois corações.

Tua alma entende a minha,
Nessa língua que todos falamos.
Sinta a batida que chega aqui baby.
Vamos juntos dançar esse som.

Todos sabem daquilo que falo.
Todos entendem esse sentimento.
Não o percebemos, mas o adoramos.
Falo de ti ó doce Música."

Amor de não amar.

"Te faço sorrir, e chorar.
Te dou tudo que quer e te faço implorar.
Abro as asas e te protejo.
Te entrego aos leões...

Sou teu pão e tua miséria.
Teu reinado e revolução.
Tua saída e prisão.
Teu afago e bofetada.

Um querer e um deixar.
Um prazer e uma dor.
Tua verdade e tua farsa.
O teu caminho e perdição.

Tua cura e teu veneno.
Te dou o paraíso,
Te levo ao inferno.
Te abraço, te sufoco.
Sou o sorriso e a lágrima.
Sou tudo e nada.
Sou um início e um fim.
A tua vida e tua morte."

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Êxtase.

"Os olhos, que são de não ver.
Os lábios, feitos para não dizer.
As mãos tocando a curva dos quadris.
E te puxo, te capturo e envolvo.


Os olhos presos um ao outro.
Palavras no ar, verdades não ditas.
As estrelas a olhar.
O ritmo marcado, o compasso do corpo.


Se vai e se vem, muda e volta.
A eletricidade corre.
Tudo se funde.
O veneno se espalha.


E sem nada saber,
Deixo em ondas o êxtase invadir.
Teu gosto, doce e amargo.
E os olhos continuam cerrados."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A gata.

''Andando pela noite,
Em companhia das estrelas.
Como uma gata, serpeia a rua.
De salto alto, batom vermelho.


Olhos penetrantes, 
Riso cínico.
Vagueia a solta, em busca...
Em busca de que?


Movida a álcool e cigarros.
Alimentada de sonhos e amargores.
Ouve um blues, 
Canta com o coração.


Conversa vivamente,
Sente intempestuosamente.
Desconhece limites.
Repudia o romance.


Se perde em conquistas.
E quando a noite acaba,
Caminha de volta,
Uma gata borralheira, com um que de Cinderela.''

sábado, 21 de janeiro de 2012

Verdade oculta.

''E quando as brumas se desfizerem,
Um olhar trará a verdade.
Eu estarei esperando atenta,
Buscando entender a parte oculta.


Ternamente lhe envolvo em meus braços,
Cuido de amar e nunca perder.
Sei que nem sempre será como quero
Mas nunca deixarei a chama fenecer.


Lhe dou um afago sincero,
Um beijo roubado com carinho.
Lhe entrego um tesouro perdido.
Lhe amarei sempre devagarinho.


Uma vez que não entendo o amar,
Não entenderei também o perder.
Sei que um dia o momento chegará,
E perdida de fato estarei.


Nunca diga que não avisei,
A verdade estará sempre aqui.
E mesmo não aparente,
Ninguém saberá o quanto lhe amei.''

Excessão.

''Eu raramente quero brincar de esconder,
Mas se for você, eu deixo me achar.
Eu raramente deixo alguém mandar em mim,
Mas com você só consigo dizer "sim"...


Raramente me permito sorrir,
Mas você me faz sorrir até cansar.
Não é sempre que acordo cantando,
Só quando você passou a noite lá.


É difícil eu deixar de me preocupar,
E você me faz deixar tudo pra lá.
Adoro a liberdade,
Mas te pertenço, a cada segundo mais.


Eu quebro meus tabus,
Mudo de vida.
Tudo vira do avesso.
Tudo isso por você.''

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Atuação.

"Sombrios os olhos da menina, que teve o coração partido.
Lembro do dia em que a vi pela primeira vez,
Sinto ainda seu sorriso cheio de luz a mudar minha vida.

Tenho a certeza das coisas, a dúvida do destino.
Um sorriso triste, uma lágrima escondida.
Os olhos a buscar o tesouro perdido.

Pobre menina, que tenta fingir...
Passa a vida a seguir sem forças.
Sente a vida pulsar a volta.

E quando as luzes da ribalta se acendem,
Atua, para que não vejam a dor,
Eu, apenas eu vejo, quando me olho diante do espelho."

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Serenidade.

"Ao longe o mar quebra nas ondas.
O salpicar da água a espalhar as brumas.
A lua bela e cheia, adornada de estrelas e azul.
O vento a tocar a pele como um tecido suave.

Os longos cabelos ao vento.
A tez tão serena, um olhar profundo.
Canta uma cantiga antiga, numa voz doce.
Olha o horizonte a pensar...

Vestida de sal e areia.
Sente o mundo pulsando sob os pés.
Contempla o passar do tempo,
A mudança com as marés.

Tem na mente a lembrança de dias imemoriais.
Guarda no peito saudade e esperança.
Sabe que um dia o fim chegará.
Mas esses dias serão de calmaria,
Pois ela aprendeu a ver a paz, onde há amor."

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ela.


‎"Uma manhã de sol, não tem o brilho dos olhos dela.
Um dia de chuva, não tem a magnitude e nem a tristeza de suas lágrimas.
Eu a amo, como amo a vida.
Sinto a nescessidade dela, como sinto a do ar.

Ah minha bela! Seja minha como te pertenço,
Meus olhos só vêem beleza onde estás.
Doce menina, escolha um sorriso, ou uma estrela e serás teu.
Se entregue a vida que posso dar.

Gostaria de mostrar um mundo que não conheces,
Dar-te a chance de sorrir e chorar sem medo.
Proteger e cuidar de ti, raio de luz.

Nada pode se comparar a ti, anjo.
Quando perceberás,
Que a chama que aquece, é a mesma que queima?"

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Fogo.

"Despejo neste copo, mais uma dose de desejo.
Permito meus sentidos a vasculharem por aí,
Encontro seus olhos, seu lindo corpo, sob as luzes piscantes.
A fumaça, os sons do resto do mundo, nada são diante de ti.

Me perco em pensamentos, tentando te alcançar.
Não sei como explicar o magnetismo desses olhos.
Mantenho os pés firmes, a mente voa.
Tenho certeza que esse corpo será meu.

De repente estás comigo.
Numa doce onda de prazer te tomo e te domino.
Um prazer culpado, guloso e intenso.
Uma lembrança ardente que não se perderá.

Te deixo a dormir, 
Parto deste quarto, tão de repente quanto te quiz.
Guardo a latencia que causa em mim,
Mas nunca mais desejarei como essa noite."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Recomeço.

"Adoro o sorriso da menina.
Adoro a voz de uma criança a cantar.
Vejo o céu azul e branco, as flores coloridas e a grama verde.
Me alegro de ver o mundo.

Sinto a música a sorrir e a tocar a alma.
Percebo a capacidade das pessoas boas de se levantarem.
Me agarro a novos horizontes e novos caminhos.
Agradeço a Deusa pela paz concedida.

Deixo as máscaras para trás, e retiro a maquiagem.
É de cara limpa que encaro minha nova vida.
Me acostumo as tempestades e arco-íris que chegam.
Anseio pelos dias de calmaria.

Com um sorriso no rosto e alegria no peito,
Parto e sigo sem saber o destino.
Planejo a próxima parada e embarco,
Nessa doce aventura que é viver."

domingo, 15 de janeiro de 2012

Chuva.


"Deixo placidamente a água da chuva escorrer pelo rosto.
Aguardo o frio gostoso que virá dominar meu corpo.
De olhos fechados me concentro em como a água limpa meu corpo.
Despejo na água que vai, todos os medos e dores.
Aceito de braços abertos e sorriso no rosto a chance de limpar tudo.


Meu peito pulsa num ritmo suave,
Numa melodia que se harmoniza com a queda das gotas.
Sinto o sangue quente, a chuva fria e a alegria.
Me permito deixar tudo de lado.
Anseio também pelo sol que chegará.


Agora deixo mais a chuva em mim,
Suave e doce.
Para deixar que quando acabe, seja eu,
Limpa de corpo e alma pura."

sábado, 14 de janeiro de 2012

Identidade




Hoje não tem poesia, não tem música, nem melodia. Hoje não tem criança nas ruas a brincar, não tem gente a dançar e nem alegria. Hoje eu só quero curtir o silêncio que fica após a morte de alguém querido. 

Estranho é, quando o alguém é você, que você sente que tudo escorre pelos dedos,  que você se sente como um espelho que caiu no chão e ainda foi pisado. E quando você veste o luto de si mesmo, assume uma mortalha que te mata ainda mais. E devagar vai morrendo, vai deixando de ser... E eu não quero morrer, não pra sempre, mas preciso me partir e quebrar, sangrar até o fim, preciso chorar até secar! 


Preciso morrer, para reviver, para ser um eu novo, com cara de velho... Preciso mudar, e ser igual. Terei de passar pelo luto, para matar em mim, o que me mata para o mundo, devagar e em silêncio... Hoje vou curtir o luto, não vou festejar, vou tentar me entender, aceitar o que mudou.
Sinto a vontade de cantar um réquiem, e deixar a tristeza me envolver,  de deixar morrer tudo aquilo que envenena, e tentar expurgar o lado ruim. Quero uma nova identidade, um novo nome, uma nova vida. 
E hoje vou morrer, e enlutar, para amanhã ver as cores voltarem e dançar com as crianças nas ruas e festejar o nascimento de um novo ser. EU.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Antítese do eu?



"De sal e fel,
De mar e tempestade,
De doçura e sorriso,
De coragem e medo.




De amores e esperanças,
De desconsolos e choros,
De tempo e pressa,
De lágrima e cachoeira.




De excessos e faltas,
De erros e acertos,
De querer e deixar,
De ódio e apego.




De ida sem volta,
De volta sem ida,
De caminhos e atalhos,
De memórias e 'agoras'.




De cansaço e dor,
De vontade e obstinação,
De inconsequência e resonsabilidade,
De viver e morrer.




De florecer e de murchar,
De som e cor,
De sangue e carne,


De alma e mente.




Sou tudo isso e nada disso,
Pois sou definida por não ter definição.
Me alegro de ser quem sou,
Mas sei que sou contradição."

Choro silencioso.


"Tenho medo e me perco fácil.
Quero chorar, e estou seca por dentro.
Não sei o que fazer, nem quem amar.
Confiei meu coração a um tolo.


Dei um banquete aos loucos.
Entreguei a alma a um Deus que não quer saber.
Desejei o melhor aos meu inimigos,
Mas fui apedrejada pelos meus amigos.


Fiz tudo o que pude para lutar pelo bem.
Dei-me inteira, recebi a metade.
Gritei a verdade aos sete mares,
Ouvi mentiras sussurradas.


Cuidei de todos no caminho.
Me feri, me curei.
Lamentei e sorri.
Fui dor e força.


Lançada as chamas,
Pensando em tudo, sei.
Desejo apenas que acabe.
Para quem sabe renascer das cinzas."

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Passividade


"Sentada na janela, vejo o mundo passar bem diante dos meus olhos...
Começo a me entediar com a monotonia que tudo se tornou para mim.
De braços cruzados, decido a qualquer custo o rumo a tomar.


Com o sabor do fel da vida ainda na boca,
Com as lágrimas ainda escorrendo as faces,
Só penso em como cheguei até aqui.


Como tal permissividade invadiu meu peito,
Me fazendo ser aquilo que nunca fui?
E pior é a latência e a dormência que me dominam...


Dividida entre o permanecer e o andar,
Fragmentos da alma se dividem,
Ferimentos cada vez maiores.


Ante o desafio de viver, decidir não é uma opção.
E antes que me consuma em meu próprio sangue,
Deixarei queimar como rastilho."


Porque certos dias, me levanto da cama como se estivesse carregando uma bola de ferro presa ao meu pé. Encaro o mundo, não porque queira, mas porque devo. 
E quando me deito, agradeço que acabou e eu sobrevivi. As lágrimas secam, os sorrisos morrem, e mesmo com todas as falsidades, sinceridades, abraços, etc., no fim sou só eu, deitada na minha cama, esperando por uma manhã, que poderá ser cinza ou gloriosa, mas não importa onde eu tenha parado, não terei escolha se não prosseguir.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Essa é minha estréia como blogueira, e peço paciência e que perdoem meu amadorismo, mas escrevo para acalentar uma alma que grita, diante de uma boca que se cala.


Sentidos.

"Sinto teu gosto em minha boca,
Teu veneno me escorrendo pelos dedos.
Sinto o torpor que me invade o corpo,
O calor me aquecendo até a alma.

As luzes iluminam meus pensamentos, 
Fragmentos de mim, memórias...
Tudo flutua em volta...
Um sorriso vadio do universo...

As ondas que percorrem minha pele, 
Uma eletricidade, quase mortal...
O cheiro no ar, o gosto da pele.

Prazer efêmero e real, 
Viajem louca e mortal...
Tão doce quanto a vida deve ser."