sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Choro silencioso.


"Tenho medo e me perco fácil.
Quero chorar, e estou seca por dentro.
Não sei o que fazer, nem quem amar.
Confiei meu coração a um tolo.


Dei um banquete aos loucos.
Entreguei a alma a um Deus que não quer saber.
Desejei o melhor aos meu inimigos,
Mas fui apedrejada pelos meus amigos.


Fiz tudo o que pude para lutar pelo bem.
Dei-me inteira, recebi a metade.
Gritei a verdade aos sete mares,
Ouvi mentiras sussurradas.


Cuidei de todos no caminho.
Me feri, me curei.
Lamentei e sorri.
Fui dor e força.


Lançada as chamas,
Pensando em tudo, sei.
Desejo apenas que acabe.
Para quem sabe renascer das cinzas."

Um comentário:

  1. Bom, acho que não dá para fazer um Batman sem um pouco de tragédia, pois, se trata de um herói com moldes gregos.

    A vingança ou a justiça. A emoção ou razão. Dualidade que representa um jogo de oposições entre a natureza e a ética como nas tradições do teatro da Antiguidade greco-romana clássica, que tem como grandes pensadores Sófocles e Ésquilo.

    Os dois autores da Antiguidade que trabalhavam com os seus personagens nas peças de teatro estavam sujeito a esse jogo de forças representa
    -das pela oposição dos cultos a Apolo e a Dionísio cujo resultante das forças era sempre grandes tragédias.


    E palavra catástrofe significa perda referenci
    -ais de mundo, por isso, que as pessoas se identificam tanto com o modelo da antiguidade grega, pois, estão infelizes, com esse olhar frio, ético tão presente na cultura brasileira com base nos valores cristãos, que até mesmo não-cristãos propagam.

    A perda de referenciais de mundo resulta também na possibilidade de uma crise, a qual não precisa ser pensada como destruição, mas com ela possibilidade para o novo, a ideia de fênix é bem adequada.

    Vai dizer Castoriadis em à Instituição Imaginária da Sociedade que o erro é sistemático, no sentido de ser capaz de ser reproduzido em outros lugares, e ao contrário que os outros pensam também cabe o novo.

    Nesse sentido, há algo de dionisíaco no poema, pois, é muito emotivo, o que significa que não é pela razão socrática que suprimirá o seu eu natural que vai se identificada na saída emotiva do poema de uma crença na mudança, nesse sentido não racional, mais também de um eu poético que tem no choro a arma para a indignação de maneira á expressa o seu ser.

    Contrariando o jogo de oposições entre razão e emoção da tragégia,vc se centra na emoção.

    Contudo, o seu ressentimento com o amor, com base em um amor ético e a perda da confiança, demonstra uma descrença no amor de Spinoza, amor ético, por isso, o seu poema é muito bom, pois,me fez lembra da metáfora de Herman Hesse em Demian, "do pássaro, o ovo e de Abraxás," ao vc abandona a razão em decorrência de sua crise existencial tendo como saída o vôo para si mesmo, como uma saída para encontra a si como uma saída para encontra o seu novo eu.

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